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ANEURISMA DA AORTA ABDOMINAL

Esse tema interessa especialmente aos que chegaram aos 65 anos.

Os aneurismas da aorta abdominal são dilatações do segmento da aorta situado abaixo do diafragma e acima da bifurcação que a artéria sofre para formar as ilíacas, que vão nutrir os membros inferiores.

Na definição clássica, a dilatação deve ter mais de 50% do diâmetro da aorta. A maioria dos especialistas, no entanto, considera como aneurismas as dilatações acima de três centímetros.


A história natural é caracterizada por expansão progressiva, com grande variação individual: alguns permanecem estáveis durante anos, outros crescem rapidamente.

São traiçoeiros. Costumam evoluir de forma assintomática ou provocar dor pouco característica até a ruptura, ocasião em que a letalidade vai de 85% a 90%. Daqueles que ainda chegam vivos no hospital apenas 50% a 70% sobrevivem.

Os fatores de risco se dividem em dois grupos: não modificáveis (sexo masculino, história familiar e idade) e modificáveis (fumo, hipertensão arterial, colesterol elevado, obesidade, raça branca e doença aterosclerótica pré-existente).

Fumo (sempre ele) é o principal fator de risco. A prática regular de exercícios e o consumo de vegetais, frutas e nozes têm efeito protetor. Diabetes também reduz o risco.

O ultrassom de abdômen é o método ideal para o diagnóstico precoce, em virtude da alta sensibilidade (95%) e especificidade (100%).

Infelizmente, poucos países adotaram políticas de screening para os grupos de risco. Na Inglaterra, a recomendação é que todos os homens com 65 anos ou mais sejam submetidos ao ultrassom, pelo menos uma vez. Nos Estados Unidos, a indicação é de um exame entre os 65 e os 75 anos para todos os homens que um dia fumaram. Naqueles que nunca fumaram, o exame é indicado quando existe história familiar ou outros fatores de risco (obesidade, hipertensão, etc.).

Entre nós, o screening quase nunca é realizado, por desconhecimento dos médicos e dos pacientes.

As recomendações para o acompanhamento são as seguintes:

  • aneurismas de 3 cm a 3,4 cm de diâmetro: ultrassons a cada três anos;

  • de 3,5 a 4,4 cm: ultrassons anuais;

  • de 4,5 a 5,4 cm: ultrassons semestrais;

  • de 5,5 cm ou mais: nos homens, intervenção cirúrgica ou colocação de stent; nas mulheres, a partir de 5 cm.

Não existem evidências de que o tratamento clínico traga benefícios. Nenhum medicamento testado foi capaz de reduzir a velocidade de progressão.

O objetivo da intervenção eletiva é impedir a ruptura. A dificuldade é que pequenos aneurismas ocasionalmente rompem, enquanto outros bem maiores permanecem estáveis. Quando existe dor, a reparação se torna mais urgente.

Ela consiste na colocação de próteses no local do aneurisma, por meio de abordagem cirúrgica (através de incisões na parede abdominal) ou através do cateterismo das artérias femorais e ilíacas.

Intervenções endovasculares estão associadas à morbidade e mortalidade perioperatórias mais baixas, mas os dois métodos apresentam índices de mortalidade semelhantes depois de oito a dez anos.

Veja também:

- Ultrassom Morfológico

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