Curso em vídeo para gestantes
O Curso de Gestante online do site MDEMULHER, traz uma série de 21 aulas em vídeo totalmente gratuita, que dará todas as informações e esclarecerá suas principais dúvidas sobre a gravidez. Todo o conteúdo foi elaborado com a colaboração de renomados especialistas da maternidade do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, uma referência do que há de melhor na medicina do país.
Você pode assistir a qualquer aula, a qualquer momento. Basta clicar nos assuntos abaixo. Ao final de cada vídeo, você poderá imprimir um resumo para formar, aos poucos, uma apostila. E terá a possibilidade, também, de fazer um teste para avaliar o que aprendeu. Esperamos que você aproveite bastante!
Aula 1 - Os sintomas da gravidez
Primeiros sinais
Eles variam bastante. Na verdade, variam de organismo para organismo e de momento para momento da gestação. O principal deles é mesmo o atraso menstrual. Por isso, aquelas mulheres com o ciclo muito certinho logo desconfiam quando estão grávidas e, não raro, fazem algum teste de farmácia. Vale notar que esses testes, realizados em casa com uma amostra da urina, já estão muito mais confiáveis do que no passado. No entanto, o mais certeiro ainda é o exame de sangue para dosar um hormônio chamado beta hCG. Ele é tão sensível que pode acusar uma gravidez antes mesmo de qualquer atraso na menstruação.Outros sinais frequentes são enjoo, alterações digestivas, como azia e queimação, aumento da salivação e do apetite, sem contar a sensação de sonolência.O ideal seria a mulher, ao receber a confirmação da gravidez, realizar exames de sangue, urina e fezes para afastar a hipótese de problemas, como infecções capazes de atrapalhar o desenrolar da gestação. São os primeiros exames pré-natais — todos absolutamente necessários!É preciso, ainda, um ultrassom para confirmar a idade gestacional, verificar como o bebê se implantou no útero e como está batendo o seu pequeno coração.
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A culpada é a placenta?
No comecinho da gravidez, mal a placenta começa a aparecer, ela já passa a secretar hormônios iguais aos que o corpo da mulher produzia — mas, claro, no caso trata-se de uma produção extra. E esses hormônios, em dosagens maiores do que as de costume, acabam influenciando as mais diversas funções do organismo. Portanto, por trás de todos os sinais da gravidez há uma ação hormonal. Não à toa, eles tendem a ser mais intensos quando a mulher espera gêmeos. Ora, no caso, ela está formando no ventre uma quantidade bem maior de placenta — portanto, está produzindo mais e mais hormônios e, provavelmente, experimentando mais e mais sintomas.
O problema do enjoo
Ele é um sinal frequente, mas não obrigatório. Algumas grávidas nunca sentiram esse mal-estar. Em outras, ele aparece por volta da sétima semana de gestação.A ansiedade, o estresse, o cansaço físico, o excesso de comida ou, ao contrário, períodos de jejum prolongado tendem a agravar as crises de enjoo. O médico poderá prescrever medicamentos para controlá-las. O ideal, porém, é a mulher perceber em que horários do dia ela costuma se sentir mais enjoada e procurar se poupar nesses momentos. Controlar a alimentação também é importante.Para algumas grávidas que costumam sentir muito enjoo, alimentos gelados, como picolés de frutas ácidas, trazem algum alívio. Eles podem ser uma espécie de recurso de emergência. O fundamental é não forçar o apetite e comer apenas o que sentir vontade para não piorar o quadro. O que realmente faz diferença para a grávida nessa fase é a hidratação, e não a comida. É disso que ela não deve se descuidar.Evite comer quando se sentir enjoada para evitar as crises de vômito. Mais do que desagradáveis, elas fazem seu organismo perder muito líquido e minerais importantes para o desenvolvimento do feto. Uma ótima sugestão é fracionar as refeições. Comer pequenas porções de alimentos em intervalos regulares ajuda bastante.
Manter-se hidratada
Essa deve ser a preocupação número 1 da gestante, especialmente nesse início de gravidez. No caso das mulheres que sentem muito enjoo, porém, um copo de água pode atrapalhar mais do que ajudar. Elas devem privilegiar sucos, leite, iogurtes, sopas e outros alimentos ricos em água, como frutas bem suculentas.
As alterações emocionais
Elas surgem logo no início e têm a ver com a história de toda uma vida — o que essa mulher experimentou na infância, sua vida familiar, a expectativa em relação ao bebê e ao seu papel de mãe, o relacionamento com o parceiro, se é uma gravidez muito desejada ou, ao contrário, inesperada... Tudo conta. É preciso respeitar esses aspectos psicológicos e refletir sobre esses fatores envolvidos. Até porque eles afetam diretamente os sintomas físicos e o bem-estar da gestante. Uma boa ideia para conter a ansiedade é conversar bastante com seu obstetra e tirar todas as dúvidas. Uma das funções mais importantes do pré-natal é justamente esta: proporcionar segurança à futura mamãe.
Questões de apetite
Os famosos desejos por alimentos específicos — por ironia, na maioria das vezes difíceis de ser encontrados naquele momento, como frutas fora de época — são um sintoma clássico da gravidez, bastante observado nos consultórios dos obstetras. É provável que os hormônios tenham uma participação muito discreta nesse fenômeno. Mas, sem dúvida, sua principal causa é de caráter psicológico.
O cálculo do tempo de gravidez
Uma gestação dura 40 semanas, em média. E os médicos costumam contá-la a partir do primeiro dia da última menstruação. Portanto, faça o seguinte:
Anote a data da última vez em que você menstruou. Vamos imaginar que tenha sido no dia 2 de abril. Primeiro, some 7 ao número do dia. Ou seja, 2 + 7 = 9. Então, subtraia 3 do número do mês, que no caso de abril é 4. Ou seja, 4 - 3 = 1, número equivalente a janeiro. O resultado desse cálculo indica que a criança deverá nascer aproximadamente em 9 de janeiro. Se, ao somar o dia da última menstruação com 7, o mês virar, então a conta será ligeiramente diferente. Imagine que sua última menstruação tenha começado no dia 27 de junho. Ora, 27 de junho mais sete dias daria 4 de julho no calendário. Guarde o número 4. Agora, para calcular o mês, é simples: pegue o número do mês da última menstrução — mês 6, no nosso exemplo — e subtraia 2 em vez de 3. Ou seja, 6 - 2 = 4. A criança deverá nascer por volta de 4 de abril. Caso você não se lembre da data da última menstruação, não se preocupe. O primeiro ultrassom resolve a questão, ao medir o feto. Seu tamanho também indica a idade gestacional.
O sexo do bebê
Para aquelas que desejam descobrir o sexo antes do nascimento e nem sequer querem esperar a ultrassonografia da 16ª semana — que já é capaz de dar essa informação com segurança —, há um teste de sangue que pode responder a essa dúvida já na oitava semana. Trata-se do exame de sexagem fetal. Ele acerta na resposta em 99% dos casos.
Quer saber mais? Assista à aula completa:
Aula 2 - As transformações na primeira metade da gravidez
Nas primeiras semanas da gestação, o corpo da mulher é inundado por uma série de hormônios. Uma das primeiras funções desse banho hormonal é preparar os seios para a amamentação. Imagine que as mamas lembram um cacho de uvas. Elas irão se ramificar e ficar com os bagos grandes. Isso porque se preparam para, lá adiante, produzir cerca de 450 mililitros de leite diariamente.
Mas, com isso, os seios praticamente dobrarão de tamanho nos três primeiros meses de gravidez. Esse crescimento rápido às vezes chega a provocar uma ligeira dor. A inundação de hormônios também age sobre a pele. Ela tende a ficar mais hidratada e iluminada. Às vezes, bem mais oleosa, tanto assim que algumas gestantes apresentam acne.
Outro efeito não tão agradável na pele é o surgimento de cloasmas gravídicos. São manchas escuras nas maçãs do rosto, formadas por uma concentração de melanina, o pigmento natural que nos dá cor. Ocorre que, na gravidez, sua produção é disparada. Para evitar manchas, a grávida precisa usar filtro solar sempre. Não importa se o dia está ensolarado ou nublado. Em seu estado, com a melanina a mil, qualquer radiação solar será o estopim de cloasmas. Aliás, para reforçar a proteção, o ideal seria – se for à praia, à piscina, enfim, se ficar sob o sol diretamente – usar sempre chapéu, viseira ou boné, ficar sentada sob tendas ou guarda-sóis e, de preferência, naqueles horários em que a radiação dá uma trégua, ou seja, antes das 10 horas da manhã e depois das 15.
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Os cabelos são uma história à parte. Normalmente, eles crescem, ficam estabilizados por um tempo e caem. Mas, na gestação, quando os hormônios femininos imperam, os fios praticamente só crescem. Por isso, a cabeleira de quem está grávida fica mais bonita, volumosa, brilhante. Só que, claro, isso é temporário. Quando o bebê nasce e os níveis hormonais voltam ao normal, os cabelos que cresceram ao longo dos últimos nove meses tendem a cair. Às vezes, a queda é tão intensa que as novas mamães se assustam, achando que algo de errado está ocorrendo. Não há nada para se preocupar porque é assim mesmo: os cabelos crescem mais na gravidez e caem depois. Isso é absolutamente normal.
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Aula 3 - As transformações na segunda metade da gravidez
As mudanças no corpo da mulher continuam com o avanço da gestação. Nessa etapa, elas são marcadas muito mais pelo crescimento acelerado da barriga do que pelos efeitos dos hormônios. E a barriga, por sua vez, cresce para acompanhar o bebê, que está cada vez maior.
Entre o quinto e o sexto mês, a grávida começa a viver uma fase muito agradável. Os enjoos, provavelmente, se tornaram coisa do passado. A barriga despontou, mas não está enorme a ponto de provocar algum desconforto. E o melhor: ela começa a sentir o bebê se mexer pra valer. Isso lhe dá uma noção concreta de que está carregando uma criança no ventre e, quando ela se move, é como se a mulher soubesse que tudo está bem.
Aliás, é importantíssimo observar: a movimentação do bebê deve ser diária. Ele até pode se mexer mais em um dia, menos em outro. Tende a se movimentar, por exemplo, quando a mulher se alimenta. O fato é que precisa se mexer todo dia.
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A sensação que a grávida tem desse movimento é que pode mudar. Lá no início da gravidez, o bebê parecia um peixinho que, de vez em quando, surgia nadando em sua barriga. A partir do quinto mês, ela começa a perceber joelhos, mãos, cambalhotas... Essa percepção reforça o vínculo mãe/filho. E, a partir do sétimo mês, claro, ela leva muitos chutes, alguns até bem doloridos.
Na reta final da gestação, o bebê já não faz movimentos tão bruscos e às vezes a grávida até estranha, achando que ele está se mexendo menos e que, por isso, algo está errado: ora, implesmente ele cresceu e já não há tanto espaço em sua barriga! Só por essa razão o bebê fica menos agitado.
Nessa fase — aliás, desde o sexto mês — ela pode sentir uma vontade frequente de fazer xixi. Isso porque a bexiga está espremida pelo útero grandalhão e, ao menor volume de urina, já parece lotada. Não só ela está no maior aperto: o estômago, o intestino, o diafragma... O útero, a esta altura, começa a comprimir tudo ao seu redor. Por isso, a grávida também pode experimentar azia, prisão de ventre e até falta de ar, mesmo que não tenha feito esforço algum. Nesses momentos, para recuperar o fôlego, nada melhor do que se sentar e jogar o corpo para a frente. Assim, o peso da barriga deixa de apertar o diafragma, músculo envolvido diretamente na respiração, e ela logo se normaliza.
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Aula 4 - A gravidez de gêmeos
Apresença de dois bebês no útero da mulher sempre representa uma sobrecarga importante — alimentar, circulatória, osteoarticular... É, de fato, um peso a mais. Portanto, há uma dose de desconforto a mais. Sem contar que a ansiedade, diante da perspectiva de cuidar de dois bebês ao mesmo tempo, tende a duplicar também.
A questão que precisa ficar clara é até que ponto a gestação de gêmeos pode ser classificada como uma gravidez de risco — enfim, o que seria risco nesse caso? É preciso, antes de mais nada, ressaltar que a evolução nas técnicas de reprodução assistida, observada nos últimos anos, faz com que hoje de 2 a 3% das gestações sejam de gêmeos. E, como se tornaram mais comuns, a medicina adquiriu um conhecimento muito maior sobre elas. Agora, os médicos conseguem acompanhá-las de maneira ainda mais adequada, com abordagens cada vez mais seguras, diminuindo bastante a probabilidade de complicações. Mas, claro, sempre restam alguns riscos. E isso por causa da tal sobrecarga.
A sobrecarga é uma espécie de empurrão para a mulher desenvolver problemas se por acaso já tinha propensão para tê-los. Assim, a grávida com tendência a diabete muito provavelmente apresentará essa doença se estiver esperando gêmeos. A mulher com tendência a hipertensão poderá ficar com a pressão nas alturas. Assim como aquela que já tinha dificuldades respiratórias ou problemas de coluna talvez sofra de crises intensas durante a gestação.
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Por essas e por outras, claro, o pré-natal na gravidez gemelar precisa ser muito mais cuidadoso. As visitas ao médico, por exemplo, devem ser mais assíduas para acompanhar os bebês e ver, entre outras coisas, se um não está se desenvolvendo muito mais do que o outro. Aliás, muitas vezes o exame clínico não é suficiente. É comum o médico pedir mais ultrassonografias para ter certeza sobre como está o crescimento de um e de outro, o líquido de um e de outro, a placenta...
Além de fazer o pré-natal corretamente, a grávida deve prestar muita atenção na alimentação. Durante a gravidez, o trânsito intestinal já tende a se tornar mais lento. E, para complicar ainda mais as coisas, no caso da gestante que espera gêmeos, há uma necessidade maior de calorias e proteínas. Ela então precisa comer de uma forma mais correta do que nunca — em intervalos bem curtos e ingerindo pequenos volumes de alimentos de fácil digestão. Isso porque, à medida que crescem, os bebês ocupam o espaço do abdômen, diminuindo a capacidade do estômago e tornando o trânsito da comida pelo tubo digestivo ainda mais vagaroso. Se a grávida arriscar comer uma porção maior numa situação dessas, ela sentirá um enorme mal-estar — e, provavelmente, não estará nutrindo direito seus bebês.
O repouso precisa ser respeitado rigorosamente. Ele diminui a tensão, reduz o tônus do períneo e as contrações uterinas — o que faz com que os bebês se desenvolvam mais, favorecendo o aumento do tempo de gestação.
A atividade física é igualmente fundamental. Como a sobrecarga — circulatória, óssea, articular e até respiratória — é muito grande, torna-se necessário que a mulher se prepare adequadamente. É claro que precisa ser um exercício orientado, adequado ao seu estado — ela não pode sair correndo, mas pode praticar hidroginástica, ioga, alongamento... Há uma série de opções fantásticas para a grávida.
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Aula 5 - A atividade física na gravidez
A atividade física é recomendada a todo mundo, a todas as mulheres. A gestante, portanto, não é exceção. Ela deve continuar praticando exercício. Aliás, o ideal seria a mulher deixar seu corpo em forma antes mesmo de engravidar, ou seja, ao planejar um bebê. A mulher pode se exercitar, inclusive, no início da gestação, ao contrário do que muita gente imagina. Tecnicamente, não há nada que a impeça — basta até lembrar que a maioria só sabe que está grávida quando já está com um ou dois meses de gravidez. Se o organismo é saudável, não existem riscos. Por que, então, esse mito? Porque infelizmente uma parte das mulheres — em torno de 10% — perde o bebê no primeiro trimestre de gestação e, daí, relaciona isso ao que estava fazendo. Ora, se fazia ginástica, passa a culpar as sessões de exercício pelo episódio, que provavelmente aconteceria de qualquer maneira. O melhor a fazer é sempre conversar com o médico: se estiver tudo bem, ele provavelmente irá liberar o exercício.
Quando há contraindicações ao exercício?
Quando a mulher tem sangramentos;
Quando a placenta apresenta problemas;
Quando há uma dilatação do colo uterino;
Problemas cardíacos prévios, ainda mais considerando que a própria gravidez é uma sobrecarga para o coração.
Procure fazer pelo menos 30 minutos de exercício cinco vezes por semana — ou, melhor ainda, todos os dias, se conseguir. Isso seria o ideal. Não é tão complicado quanto parece. Você pode caminhar até o restaurante próximo do seu trabalho — e, só nesse trajeto de ida e volta, consumir 20 ou, quem sabe, os tais 30 minutos.
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Existem mulheres que começam a se exercitar quando ficam grávidas e precisam mesmo pegar leve. Para elas, qualquer caminhada já é um tremendo ganho. Outras estavam acostumadas a, por exemplo, caminhar 10 quilômetros por dia e, no final da gestação, só conseguem percorrer 5 quilômetros. Tudo bem, é normal. Com o crescimento da barriga, a performance diminui mesmo e o importante é manter a pulsação e se sentir bem. Não é o momento de se superar.
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Aula 6 - Alimentação na gravidez
Quando falamos em alimentação saudável na gravidez, no fundo estamos definindo uma boa alimentação para qualquer indivíduo. E ela seria composta de cinco ou seis refeições, porque — além do desjejum, do almoço e do jantar — não podemos nos esquecer dos lanches no meio da manhã e da tarde, sem contar aquele outro lanchinho, a ceia, feito antes de dormir.
Essas paradas para comer algo ao longo do dia são importantíssimas porque ajudam a manter estáveis os níveis de açúcar no sangue. E diga-se: nas gestantes, eles tendem a cair depressa depois de um jejum prolongado, criando um quadro mais severo de hipoglicemia.
Quando a grávida fica mais de quatro ou cinco horas sem ingerir nada, sente tremores, tonturas, náuseas. Para evitar todo esse mal-estar, ela deve ter sempre à mão alimentos como barrinhas energéticas e frutas. Ou parar para comer uma gelatina, um pedaço de queijo ou um iogurte. Note que esses são exemplos de alimentos que nem chegam a ser muito calóricos — mas já são o bastante para fazer os níveis de açúcar se estabilizarem.
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Aliás, a ideia nunca é se entupir de calorias. A grávida precisa comer para dois, e não comer por dois — o que é bem diferente. No primeiro trimestre de gestação, sua necessidade calórica é a mesma de sempre. No segundo trimestre, sim, ela precisa aumentar um pouco o consumo energético — cerca de 350 calorias a mais todo dia, algo como um copo cheio de leite integral e um bife pequeno de 60 a 70 gramas, ou seja, nada assim tão gigantesco. Na reta final da gravidez, isto é, no terceiro trimestre, a mulher deve ingerir apenas 450 calorias extras diariamente.
De onde vêm as calorias que a grávida deve consumir?
40% da gordura (dos óleos vegetais, por exemplo)
30% da proteína (carnes, ovos, peixes, leite, aves...)
30% do carboidrato (pão, arroz, batata, cereais...)
O prato da grávida deve privilegiar também os famosos micronutrientes, como as vitaminas. Entre elas, vale destacar a B6, a B12 e a vitamina A. Essa última se acumula no organismo, por isso o consumo deve ser sob medida. Ou seja, ao mesmo tempo que esse nutriente não pode faltar, a grávida deve evitar comer com frequência alimentos como patê de fígado, que tem alta concentração dele.
Também devemos nos lembrar dos oligoelementos — como o magnésio, o selênio e o zinco —, que, afinal, são essenciais para a formação e o crescimento do bebê. Para que eles e outros tantos nutrientes importantes nunca faltem no prato da grávida, ele deve ser colorido, com legumes e verduras diversas. E ela também deve sempre consumir muitas frutas e cereais integrais.
Por mais variada que seja a dieta, porém, a gestante não está livre da suplementação do ácido fólico, nutriente fundamental para a formação do sistema nervoso do feto. Sem ele, os riscos de o bebê apresentar malformações aumentam. Por isso, toda mulher é orientada pelo obstetra a tomar cápsulas de ácido fólico diariamente durante o primeiro trimestre. Na realidade, o ideal é iniciar a suplementação quando a mulher começa a planejar uma gravidez, uns três meses antes de engravidar.
E uma coisa é certa: no cardápio da gestante não deveria faltar carne vermelha. Esse ingrediente contém nove tipos de aminoácidos essenciais, substâncias precursoras de proteínas que serão usadas, feito tijolos, na formação e no desenvolvimento do bebê. De todas as eventuais restrições alimentares que uma grávida pode ter, é nessa que devemos prestar mais atenção, porque pode comprometer a criança no futuro, criando inclusive dificuldades de aprendizado. Por isso mesmo, o conselho para as vegetarianas é claro: elas devem procurar depressa a orientação de um profissional nutricionista, que irá balancear seu prato para garantir o aporte de todos os aminoácidos e vitaminas essenciais para a gestação, compensando a falta da carne.
Além das vegetarianas, as grávidas que se encontram muito abaixo do peso também devem buscar uma orientação nutricional. Provavelmente, vão precisar aumentar ainda mais a ingestão calórica para não colocar o bebê em risco. Já as obesas merecem uma visita ao nutricionista para evitar que engordem ainda mais, prejudicando o trabalhado de parto.
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Aula 7 - Relaxamento e alongamento na gravidez
É comum as mulheres terem queixas durante a gestação, especialmente de dor nas costas e de inchaço nas pernas. Elas são decorrentes das transformações, que são normais e que acontecem gradualmente em seu corpo ao longo dos nove meses, impulsionadas pelo crescimento do bebê.
Para ajudar na respiração
Primeiro exercício
Sente-se com os pés bem apoiados no chão e as costas confortáveis, prestando bastante atenção na região lombar. As duas mãos devem ficar pousadas sobre o tórax. Inspire pelo nariz, percebendo que os dedos se afastam ligeiramente. E, depois, expire lentamente pela boca, notando que os dedos agora se aproximam. Repita este exercício dez vezes.
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Segundo exercício
Ainda sentada, com os pés bem apoiados no chão e as costas confortáveis, deixe as mãos agora na região abdominal, abaixo dos seios. Puxe o ar lentamente, percebendo que as mãos se afastam. Expire também devagar, notando as mãos se aproximarem. Repita este exercício dez vezes.
Para aliviar dores nas costas
A postura e o andar são profundamente alterados durante a gestação devido ao aumento e à nova distribuição do peso, que se concentra na barriga. A grávida tende a inclinar as costas para trás e a girar os pés para fora, afastando-os. Para não piorar a situação, ela deve tomar alguns cuidados. Por exemplo: carregar menos peso na bolsa. Os saltos devem ter no máximo 5 centímetros. E, se precisar ficar muito tempo em pé, o melhor é conseguir um apoio também de uns 5 centímetros e ir alternado os pés. Tudo isso ajuda.
Mesmo assim, o novo rearranjo da postura tende a provocar dores lombares. Por isso, alguns exercícios de alongamento e reforço da musculatura são fundamentais. Eles ajudam a preveni-las e, se possível, também devem ser praticados todos os dias.
Primeiro exercício
Em pé, mantenha os joelhos levemente flexionados e as costas alongadas. Incline o tronco para um lado e conte, pausadamente, até 20. Incline-se para o outro lado e conte até 20 novamente, mantendo a respiração tranquila.
Segundo exercício
Deitada, com os pés apoiados no chão, deixe as pernas dobradas e ligeiramente afastadas. Então, balance-as de um lado para o outro, sentindo o movimento massagear a a musculatura da região lombar. Repita este movimento dez vezes.
Em seguida, deixe as pernas caírem para um lado, alongando as costas. Estique o braço do lado oposto, apoie a mão no chão com a palma voltada para cima. Mantenha o seu olhar na mão e fique nessa posição por cerca de dez segundos. Repita o movimento do outro lado.
Para melhorar a circulação de pernas e pés
No terceiro trimestre de gestação, a mulher começa a acumular muito líquido, o que provoca inchaços, especialmente nas pernas, e certa perda de flexibilidade nas articulações. Para ajudar nessa situação, o que recomendamos é a prática dos chamados exercícios metabólicos, que ajudam na circulação.
Primeiro exercício
Deitada no chão, com as pernas esticadas sobre um apoio baixo, faça um movimento circular com os pés — dez vezes para dentro e dez vezes para fora. Deitada no chão, com as pernas esticadas sobre um apoio baixo, faça um movimento circular com os pés — dez vezes para dentro e dez vezes para fora.
Segundo exercício
Em pé, com as pernas um pouco afastadas e os joelhos dobrados, use um bastão — ou um móvel — como apoio e levante os calcanhares de maneira alternada. Faça isso 20 vezes.
Vale lembrar que o melhor horário para fazer esses exercícios — para a circulação, para alongar e respirar melhor — seria logo de manhã. Eles funcionam como um despertar do corpo, preparando-o para suportar o dia.
Para relaxar, caminhe, leia um livro, aproveite alguns momentos para sentar e respirar tranquilamente. Aliás, os exercícios de respiração podem ser feitos até no carro, nas horas de congestionamento.
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Aula 8 - Diabete na gravidez
Para começar, precisamos esclarecer um ponto: nem todo diabete na gravidez é gestacional. Algumas futuras mamães já eram diabéticas - e nem desconfiavam - muito antes de engravidar. E esse diabete preexistente pode ser o do tipo 1 ou o do tipo 2. O diabete tipo 1 ocorre quando o pâncreas é atacado por anticorpos do próprio sistema imunológico e deixa de produzir a insulina, hormônio responsável pela entrada da glicose nas células.
Enquanto no tipo 2, que tem causas variadas, a insulina é fabricada, mas tem dificuldade para cumprir sua função. Nessas duas variações, vale repetir, a doença já existia e acaba sendo descoberta durante a gestação - não é provocada por ela. Da mesma maneira, não vai embora depois do parto. O diabete gestacional é diferente. Ele aparece especificamente na gravidez. E, quando o bebê nasce, os níveis de glicose tendem a se normalizar. Ele ocorre porque o pâncreas de algumas mulheres, sobrecarregado pelos hormônios envolvidos na gestação, não produz insulina suficiente para mandar o açúcar do sangue para dentro das células.
Seja qual for a forma de diabete, o excesso de açúcar em circulação chega até o bebê através do cordão umbilical. O organismo dele reage: seu pâncreas começa a produzir insulina além do normal para dar conta de toda a glicose extra - a que não é aproveitada é estocada em forma de gordura. Por isso, as mamães que apresentam diabete não controlada têm filhos maiores e, principalmente, acima do peso. Alguns chegam a nascer com 7 quilos ou mais.
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Logo após o parto, o bebê, acostumado com a fartura de açúcar, precisa se adaptar a um mundo não tão açucarado. Seu pâncreas continua produzindo insulina a mil e é comum, então, o recém-nascido apresentar uma hipoglicemia, que deve ser controlada imediatamente. E isso pode ser feito oferecendo leite materno nos primeiros minutos de vida ou, ainda, os médicos podem optar por injetar um soro com glicose por algumas horas.
Como saber se a grávida tem o diabete gestacional?
Não há outra saída: é preciso fazer alguns exames. Até porque os sintomas do diabete gestacional não são claros — é diferente do que acontece nos tipos 1 e 2, quando a paciente urina muito e constantemente, por exemplo. Por isso, a primeira recomendação é que todas as mulheres façam os testes de glicemia logo no início da gestação para, depois, repeti- lo entre a 24ª e a 27ª semana, quando o problema costuma dar as caras.
Quando o diabete é confirmado - seja ele gestacional ou não -, sempre precisa ser controlado. E não só em nome da saúde do bebê. A grávida com diabete sem controle tem maior probabilidade de desenvolver hipertensão e infecções, principalmente a urinária.
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Aula 9 - A prematuridade
Uma gravidez tem duração de 40 semanas, mas, às vezes, o bebê nasce antes do tempo, entre a 22ª e a 37ª semana de gestação. Quando isso acontece, o parto é considerado prematuro. Afinal, como o próprio nome indica, o nascimento se dá antes que a criança esteja madura. Entre as gestantes, há aquelas que correm maior risco de ir para a maternidade antecipadamente. Nesse grupo estão as mulheres com histórico de prematuridade, ou seja, que já tiveram um bebê nessas condições. As grávidas de gêmeos também podem entrar em trabalho de parto antes da hora. Finalmente, fazem parte do grupo de risco as futuras mamães que tiveram sangramentos persistentes no primeiro ou no segundo trimestre da gestação. Se, além de apresentar um desses fatores de risco, a mulher ainda tiver um colo uterino curto, a probabilidade de a criança nascer prematura será ainda maior.
Existem testes capazes de prever o parto prematuro, mas não vale a pena aplicá-los em todas as mulheres - os médicos costumam indicá-los apenas para esses casos já mencionados, que formam o grupo de risco. Um dos exames é o da fibronectina, uma proteína colada à membrana do útero. Ele é feito por meio da coleta da secreção vaginal a partir da 22ª semana de gravidez e repetido a cada 15 dias. Se houver a presença da proteína, isso sinaliza ao médico que o parto pode acontecer nos sete ou 14 dias seguintes. Outro indicador de prematuridade é a medida do colo uterino, que costuma ser obtida com precisão por meio de uma ultrassonografia transvaginal, entre a 22ª e a 24ª semana. Trata-se de outro exame que pode ser repetido nas semanas seguintes para orientar o obstetra que acompanha a gestante de risco.
Quando esses testes confirmam ao médico que o parto prematuro pode, de fato, acontecer, ele costuma lançar mão de algumas medidas de prevenção. A primeira delas é o repouso. Em uma situação dessas, é preciso descansar tanto o corpo quanto a mente. Por isso muitos médicos propõem até mesmo o afastamento do trabalho. A atividade sexual também costuma ser suspensa e, para completar o pacote de medidas, o obstetra pode indicar medicamentos, como a progesterona natural, que vem obtendo resultados brilhantes - esse hormônio consegue evitar até 50% dos partos prematuros.
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Dois tipos de parto prematuro
Existem aqueles casos em que o parto prematuro é o que chamamos de eletivo. Isto é, o médico marca a data do nascimento para poupar a mãe ou o próprio bebê de condições prejudiciais à sua saúde - por exemplo, quando a hipertensão foge do controle. E existem, também, os partos prematuros espontâneos, é claro. Quando a mulher dá sinais de que está entrando em trabalho de parto antes da hora, a primeira coisa a fazer é interná-la o mais rápido possível. Vale ressaltar: os médicos não conseguem bloquear o processo em 50% dos casos, mas pelo menos podem ganhar um tempo. E, no caso, estamos falando de umas 48 ou 72 horas - período que pode parecer curto, mas que faz uma imensa diferença. Nesse prazo, a gestante pode receber corticoides, por exemplo. O remédio é usado para acelerar o amadurecimento dos pulmões do bebê. Também é possível, se for o caso, transferi-la para uma maternidade com UTI neonatal.
Durante o parto, o obstetra toma alguns cuidados especiais. Ele evita, por exemplo, usar drogas que possam sedar a criança, aumentando o risco de complicações respiratórias ao nascer. Ele redobra a atenção para prevenir qualquer trauma mecânico - afinal, o corpo do bebê prematuro é ainda mais frágil. Enfim, faz de tudo para poupar o recém-nascido de algum sofrimento.
Em seguida, o bebê prematuro é levado para uma UTI neonatal, onde será acompanhado pelo médico neonatologista, que lhe dedicará uma série de cuidados complementares para garantir seu desenvolvimento. Felizmente, a evolução da obstetrícia e da neonatologia tem obtido ótimos resultados em casos de bebês que nascem antes da hora.
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Aula 10 - A pré-eclâmpsia
O termo pré-eclâmpsia é bastante ouvido na gestação. Mas, afinal, o que ele quer dizer? Trata-se de um problema caracterizado pelo aumento da pressão arterial, que oscila em picos - ou seja, sobe muito e, depois, volta a se normalizar. Mas, diferentemente da hipertensão, que pode afetar homens e mulheres em qualquer fase da vida, ela é um quadro transitório, que desaparece após o nascimento do bebê.
Esse vaivém da pressão é sério e ninguém sabe ao certo quais são suas causas. Os médicos cogitam, porém, que a pré-eclâmpsia faça parte do que chamam de síndrome da má adaptação placentária. É que, em algumas grávidas, a placenta não gruda direito no útero e, então, seu sistema imunológico passaria a encará-la como se fosse um corpo estranho. Essa reação, por sua vez, provocaria a contração e a distensão dos vasos sanguíneos, fazendo a pressão subir e voltar ao normal, em uma espécie de gangorra. Outro efeito desse jogo de contrair e relaxar dos vasos é o inchaço. Por isso, toda gestante deve ficar alerta ao perceber que os pés, as pernas e até mesmo as mãos estão inchando demais e conversar com seu médico para afastar a hipótese da pré-eclâmpsia.
Ela, costuma-se dizer, é uma doença de extremos. Tende a aparecer com maior frequência em grávidas jovens de primeira viagem e em mulheres que engravidam mais tarde, no final da vida reprodutiva. E, infelizmente, ainda não há exames para prever quem terá o problema e quem não terá. Até porque há indícios de que depende da combinação de genes do casal. Nota-se que uma mulher pode ter pré-eclâmpsia ao engravidar de um parceiro e não apresentá-la ao gerar uma criança de outro companheiro.
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Já foram realizadas diversas pesquisas em busca de tratamentos preventivos eficazes. Os cientistas analisaram, por exemplo, se o consumo de cálcio e de óleo de peixe ajudaria a evitar esses quadros, mas nada foi muito animador. Na realidade, a grávida só se vê livre da pré-eclâmpsia no parto, quando a placenta, que parece ser a grande causadora do transtorno, é retirada. Até lá, o que a gestante com pré-eclâmpsia pode fazer é observar algumas recomendações.
A primeira delas é seguir uma dieta equilibrada. E não adianta cortar o sal, até porque ele tem iodo, um mineral importante para o desenvolvimento do feto. O fundamental é que esse cardápio, além de fornecer todos os nutrientes, não favoreça o ganho excessivo de peso - que, aliás, pode ser um estopim para a pré-eclâmpsia naquelas mulheres com tendência ao problema.
O obstetra deve fazer um acompanhamento ainda mais próximo para evitar que os picos de pressão rendam complicações para a mãe e para o bebê. Afinal, ela tem uma pré-eclâmpsia, e o que não se quer, de jeito algum, é que ela tenha a eclâmpsia propriamente dita, uma elevação da pressão tão severa que é capaz de causar convulsões. Os sinais da ameaça são dor de cabeça - principalmente frontal e na nuca -, dor forte na boca do estômago, tontura e visão de pontinhos brilhantes. No caso da mulher com pré-eclâmpsia, sentir um único desses sintomas já é motivo para procurar auxílio médico. Se ela não consegue localizar seu obstetra depressa, então deve ir para a maternidade em vez de correr risco.
Mas a gestante com pré-eclâmpsia que se cuida e segue à risca as orientações dificilmente chega a esse ponto. O que pode ocorrer é o obstetra optar por antecipar o parto quando a pressão da grávida está alta e o uso de medicamentos anti-hipertensivos não está surtindo efeito para garantir que mãe e filho fiquem muito bem.
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Aula 11 - O parto normal
Toda gestante pode, a princípio, ter um parto normal. Ter um filho dessa maneira é algo natural e o corpo não precisa nem sequer ser preparado para isso. O mais importante é a mulher tirar todas as dúvidas - e os medos - com o médico e, assim, esperar por esse momento com tranquilidade.
O corpo dá sinais de que a hora do parto está chegando - e o bebê está pronto para nascer - por meio das contrações, que se tornam mais fortes e dolorosas. A mulher sente como se a barriga se contorcesse em um movimento de cima para baixo, de modo intenso e rítmico - essas são características da verdadeira contração, que anuncia otrabalho de parto.
Daí, o colo do útero dilata e afina até alcançar a medida de 10 centímetros. As contrações - e, claro, a força feita pela mãe também ajuda - começam então a empurrar o bebê para fora. Em um primeiro momento, ele se encaixa e, depois, deixa o útero e passa pelo canal vaginal. A saída da criança, em si, recebe o nome de expulsão.
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Nesse momento, a primeira parte do corpo do bebê que o obstetra visualiza é a cabeça. Quando ele sai por inteiro, o médico prende o cordão umbilical com uma espécie de pinça bem grande e o corta. Depois que a criança nasce, a placenta se descola e também é expulsa. O obstetra, então, ajuda a retirá-la.
Existem três requisitos importantes e que facilitam o parto normal: a dilatação do colo uterino, a mulher ter uma boa bacia e o bebê estar bem. Sem a dilatação, não há abertura suficiente e a expulsão da criança simplesmente não acontece. Por exemplo: algumas mulheres têm contrações mas não têm dilatação. Isso é raro, mas possível. Gestantes com a bacia muito estreita e com bebê grande demais, em geral, têm contraindicação para o parto normal.
Outro ponto fundamental: o pequeno deve estar bem e saudável. Isso é checado durante todo o trabalho de parto, por meio de exames. Se ele correr qualquer risco ao se esforçar para nascer, o parto normal será descartado. Por isso mesmo, é importante você saber que, apesar de todas as condições favoráveis, caso um imprevisto aconteça, o parto normal pode ser interrompido. Daí, o médico parte para a cesárea, sem problemas.
Algo que costuma preocupar muitas futuras mães é a velha história de o cordão umbilical estar enrolado no pescoço. Mas isso, em si, não impede o parto normal. Se o cordão estiver enrolado, os batimentos cardíacos do bebê serão sempre monitorados. E, se houver uma queda nesses batimentos, o que sugere que o cordão está apertado demais e prejudicando a circulação, aí então o médico pode pensar em uma cesárea. Na maioria das vezes, porém, ele permanece frouxo, sem atrapalhar. E o obstetra o desenrola assim que a criança nasce.
Outro medo é o de sentir dor na hora de dar à luz. Mas hoje, vale saber, já é possível passar pelo parto normal praticamente sem sofrer com as contrações. Elas são aliviadas pela anestesia. Já algumas mulheres ficam inseguras em relação à duração do trabalho de parto - tempo que, diga-se, varia bastante de acordo com cada gestante. Quando se torna muito demorado, o médico pode recorrer a medicamentos que aceleram as contrações uterinas. Isso só é feito, porém, quando o bebê tem bom peso e está bem de saúde.
De uma coisa todos podem estar certos: os benefícios do parto normal tanto para a mãe quanto para o filho são muitos. Para começo de conversa, quando o bebê atravessa o canal vaginal, que é uma espécie de túnel apertado, seu corpo fica comprimido. Isso é ótimo porque provoca a expulsão de toda água dos pulmões e facilita os primeiros movimentos respiratórios.
Para a mãe, o parto normal permite a retomada mais rápida de atividades simples, como se sentar e andar. O pós-parto é quase indolor. Assim, a mãe tem mais disposição para cuidar do recém-nascido e curtir a grande novidade da sua vida.
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Aula 12 - O parto cesariano
A cesárea é uma cirurgia - no caso, feita para trazer ao mundo um ou mais bebês. Ela existe há muitos anos e garante o bem-estar da mãe e da criança nos casos em que o parto normal não é possível. E hoje existem algumas novidades. Para se submeter a uma cesariana, a gestante não precisa mais, por exemplo, ficar em jejum durante o trabalho de parto. Também não é mais necessário fazer lavagem intestinal ou mesmo raspar totalmente os pelos pubianos - aliás, uma mudança bem-vinda, porque a depilação total provocava muita coceira no pós-parto e, pior, aumentava o risco de uma infecção.
Atualmente, há duas técnicas de cesárea: a tradicional e a minimamente invasiva. Em ambas, a gestante recebe uma anestesia parecida com a do parto normal. Nas duas formas de cesariana, à primeira vista, o local e o tamanho do corte são similares: ele é feito na região púbica, bem no final do abdômen, e tem cerca de 11 centímetros de comprimento. A diferença é o que acontece dentro da barriga: na técnica minimamente invasiva, o médico corta menos camadas de tecidos, porque algumas ele só afasta com a ajuda das mãos. Também dá menos pontos internos.
Com isso tudo, há um menor risco de infecções e, consequentemente, menor necessidade de antibióticos. A mulher também tende a tomar menos analgésicos, porque sente menos dor. Ela consegue se sentar e andar mais cedo do que se fizesse a cesariana tradicional. E, claro, com isso o bebê sai ganhando, porque a mãe fica com mais disposição para cuidar dele. Aliás, é recomendado que mãe e filho fiquem no mesmo quarto. Dessa forma eles têm a chance de se adaptar um ao outro. Em geral, as mulheres que passam pela cesariana permanecem na maternidade por 48 horas, além do dia da cirurgia propriamente dita.
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De 40 a 50 minutos é o tempo médio de duração do parto cesariano
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Aula 13 - Os tipos de anestesia na hora do parto
A maior parte das gestantes tem dúvidas em relação à anestesia. Antes de mais nada, é importante saber quais os tipos existentes e como eles agem no corpo. Hoje, a anestesia geral, que deixa a paciente completamente sedada, só é usada em raríssimas ocasiões. Atualmente, na hora do parto, os médicos preferem recorrer a um destes outros três tipos: a raquianestesia, a peridural ou o duplo bloqueio.
A anestesia raquidiana, ou raquianestesia, é a mais indicada para a cesárea, porque, além de perder completamente a sensibilidade da cintura para baixo - ou seja, na área em que será feito o corte -, a mulher não consegue mexer as pernas, o que certamente atrapalharia o cirurgião. Essa anestesia é aplicada de uma só vez, entre duas vértebras da coluna, por meio de uma agulha com a ponta arredondada. Ela atravessa pele, nervos e chega ao liquor, substância que banha a medula nervosa que passa ali no meio. Logo que o medicamento é aplicado, a futura mamãe nota as pernas esquentarem e, em seguida, sente um formigamento. Instantes depois, perde-se a sensibilidade e os movimentos - um efeito que dura, em média, de três a quatro horas, tempo mais do que suficiente para a cirurgia ser realizada.
No parto normal, há três opções de anestesia. A primeira é o médico dar uma dose baixa da raquidiana, o que, aliás, costuma ser feito quando a mulher chega à maternidade em trabalho de parto adiantado. A quantidade de medicamento é pequena, mas suficiente para barrar a dor e, ao mesmo tempo, ainda permitir certo movimento das pernas.
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Já se o trabalho de parto ainda está no meio do caminho, é possível decidir pela peridural - que demora um pouco mais para agir - ou pelo duplo bloqueio. Na peridural, uma agulha semelhante à da raquianestesia também é introduzida entre as vértebras, mas ela só chega até a dura-máter, uma membrana anterior ao liquor. Ou seja, é uma aplicação, digamos, mais superficial. Ao chegar a esse ponto exato, o anestesista retira a agulha e deixa ali, em seu lugar, um cateter fininho, que vai derramando as drogas anestésicas aos poucos. A mulher perde a sensibilidade para a dor, mas continua dominando seus movimentos da cintura para baixo, por isso pode ajudar o bebê a nascer.
A terceira alternativa de anestesia para o parto normal é o duplo bloqueio, que une a raquianestesia e a peridural em um mesmo procedimento. Uma agulha, similar à da ráqui, encosta na dura-máter, a tal membrana anterior ao liquor. Por dentro dessa agulha vem outra, mais fina, que chega até o liquor propriamente dito. Ali, o médico aplica uma dose baixa de anestésico. A agulha mais fina é, então, retirada e, no lugar, fica um cateter, que alcança a dura-máter para levar, aos poucos, doses de reforço de medicamento conforme o trabalho de parto avança. O efeito no corpo da gestante é o mesmo que na peridural - dá para sentir as pernas e as contrações -, a diferença é que a ação é imediata.
A anestesia, independentemente da técnica de aplicação ou do medicamento, não provoca nenhum tipo de reação na maioria das grávidas. Em geral, os problemas só acontecem nas mulheres que têm problemas de coagulação do sangue, aquelas com alguma infecção no lugar do corte ou as alérgicas às substâncias anestésicas. A recuperação costuma ser muito tranquila. Claro que existem pequenas diferenças, de acordo com o tipo de anestesia. Em comum, todas as mães, independentemente da técnica usada, sentem um pouco de coceira e frio, conforme o medicamento perde a ação. Outras reações são retenção urinária, náusea e, mais raramente, vômito.
Mas vale saber que essas anestesias são seguras e usadas todos os dias ao redor do mundo. O objetivo é fazer com que a mãe fique consciente durante todo o parto, não sinta dor e, assim, possa curtir cada minuto desse momento tão especial, que é o nascimento do seu bebê.
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Aula 14 - Os sinais do parto
Em torno da 40ª semana de gestação, o corpo da mulher costuma sinalizar que o pequeno está pronto para vir ao mundo. A principal mudança ocorre no ritmo das contrações uterinas, que se tornam mais frequentes e desconfortáveis. Vale lembrar que, desde o quinto mês, a grávida tem as chamadas contrações de Braxton-Hicks, que são esporádicas, indolores e causam um leve endurecimento da barriga.
Diferentemente das de Braxton-Hicks, as contrações que marcam o início do trabalho de parto começam nas costas e se irradiam para a região inferior do útero. Além disso, elas são dolorosas, regulares e ocorrem em intervalos cada vez mais curtos - a cada dez minutos e, depois, a cada cinco, por exemplo. Quanto menores as pausas entre uma contração e outra, mais próximo está o nascimento.
3 X 10
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Os médicos definem que o trabalho de parto de fato começa quando o útero feminino se contrai pelo menos três vezes no espaço de dez minutos.
Ao perceber que as contrações estão rítmicas e cada vez mais frequentes, a mulher deve se preparar para ir à maternidade - cá entre nós, o ideal é que essa viagem já tenha sido organizada de antemão. Caso haja algum tipo de sangramento, semelhante àqueles característicos da menstruação ou maior, e que seja acompanhado de cólica ou contrações, a gestante não pode perder nenhum segundo: precisa se dirigir de imediato ao hospital. Esse procedimento também precisa ser seguido à risca se a bolsa-d’água se romper e o líquido amniótico estiver esverdeado, com uma coloração que lembra a de sopa de ervilha.
O rompimento da bolsa, aliás, é outro sinal importante que denuncia a chegada do bebê. Como saber que isso aconteceu? Em geral, a quantidade de líquido que se esvai é o suficiente para escorrer pelas pernas e até molhar o chão. No entanto, a ruptura da bolsa pode se dar de forma diversa. Se houver apenas um furo longe do colo uterino, o líquido tende a sair aos poucos e em pequenas doses. Às vezes, isso é confundido com os escapes involuntários de urina ou com corrimento vaginal, ambos normais no final da gestação. Só que, nesse caso, o líquido é translúcido, parecido com água de coco, e tem odor que se assemelha ao da água sanitária. Nessa situação, a gestante também deve ir de pronto para a maternidade e levar consigo as malas - a dela e a do bebê, que, logo, logo, vai encher a casa de alegria.
“Será que estou em trabalho de parto?’’
Na dúvida, os especialistas recomendam que a futura mamãe siga para a maternidade, sem muita pressa. O pré-parto costuma ser demorado. Na primeira gestação, ele pode durar até 12 horas; na segunda ou terceira gravidez, entre seis e oito horas.
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Aula 15 - Cuidados com o recém-nascido na sala de parto
Assim que nasce, o bebê tem como primeiro desafio se acostumar ao ambiente fora do útero. Em outras palavras, terá de respirar e controlar a temperatura do corpo por conta própria. Além de se acostumar com a intensidade da luz, dos sons e dos cheiros. Para auxiliá-lo nessa tarefa, deve haver, na sala de parto, um pediatra. É esse especialista que vai colocá-lo em um berço aquecido para ajudar a estabilizar sua temperatura. E é ali também que o médico o seca e faz os primeiros exames. O objetivo é checar como o pequeno está. Esses testes não são aleatórios e seguem padrões que mostram como o recém-nascido reage nos primeiros minutos de vida. Trata-se do chamado boletim de Apgar.
O Apgar analisa cinco itens relacionados à saúde da criança: frequência cardíaca, respiração, tônus muscular (se é rígido ou flácido), coloração da pele e se o bebê está ativo e reativo à manipulação. Essa avaliação acontece, aproximadamente, no primeiro minuto pós-nascimento e, em seguida, no quinto minuto de vida. Para cada item é dada uma nota, que varia de 0 a 2. O pediatra soma essas notas e chega a um resultado final tanto para o primeiro quanto para o quinto minuto de vida do pequeno.
Outro ponto que o pediatra observa nesse momento é o choro do bebê ou o esforço para abrir o berreiro. Apesar de as lágrimas brotarem espontaneamente na maioria dos recém-nascidos, algumas crianças não botam a boca no mundo. A ausência do chororô costuma indicar muito mais uma característica do pequeno do que a presença de algum problema grave, principalmente se os outros dados do Apgar apontarem que ele está se adaptando bem fora do útero. Vale saber que dar um tapa no bumbum do recém-nascido para que ele chore não é uma prática adotada pelos médicos na sala de parto.
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Logo após o nascimento, o choro tem uma função importante. Ele auxilia o bebê a reter o ar dentro dos pulmões. Para facilitar ainda mais esse processo, o médico pode colocar uma sonda que também libera a passagem de ar. Como isso é realizado? A sonda é ajustada primeiro na boca e depois no nariz e, assim, suga o líquido amniótico que não foi expulso durante o parto. Os pais, muitas vezes, se assustam com esse procedimento. Mas não há com o que se preocupar porque isso é algo normal e feito para o bem-estar do pequeno.
Terminado o Apgar e a retirada do líquido dos pulmões, o neonatologista pinga um colírio especial nos olhos da criança para prevenir a conjuntivite neonatal. Por fim, se ela estiver com a temperatura estável, será pesada e medida e, em seguida, tomará um banho. Essa primeira limpeza, que em algumas maternidades ocorre fora da sala de parto e na companhia do pai, não higieniza o recém-nascido nem retira totalmente o vérnix, camada de gordura branca que recobre os bebês nascidos no tempo certo, mas, sim, tem o objetivo de estimular o primeiro contato entre pai e filho. Depois disso, o bebê é apresentado ao seio materno. A ideia não é necessariamente alimentá-lo, mas sobretudo proporcionar um momento de carinho e aconchego.
Dali, a criança segue para o berçário, onde continuará sendo observada pela equipe médica. É importante que antes de sair da sala de parto ela já esteja com a pulseira de identificação, colocada no braço e/ou na perna. E, em poucas horas, o bebê, finalmente, estará próximo não apenas da nova mamãe mas de toda a família.
Quando é preciso ir para a UTI
Às vezes, o bebê não se adapta tão bem à vida fora do útero e então segue para a unidade de terapia intensiva, a UTI, onde será avaliado mais detalhadamente. Essa opção assusta muitos pais, mas, em geral, ela é tomada por um excesso de zelo, e não necessariamente por um problema grave. O importante é manter a calma. Logo o pequeno estará na companhia da família.
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Aula 16 - Os primeiros cuidados com o recém-nascido
Assim que o recém-nascido sai da sala de parto, ele segue para o berçário. É ali que o pediatra irá examiná-lo mais detalhadamente. O especialista repara, por exemplo, se o pequeno está ofegante. Essa observação minuciosa é repetida nos dois dias seguintes - período em que geralmente a criança fica na maternidade. O pediatra ouve os batimentos do coração, avalia a musculatura, o abdômen, a coloração da pele e verifica, ainda, as fezes e a urina do bebê. O médico analisa, também, os reflexos. Isso lhe mostra como está o desenvolvimento neurológico. Por fim, observa se o menino ou menina consegue piscar, apertar o dedo de outra pessoa com a mão e, por fim, se tem reflexos de defesa.
É nessa fase que são realizados outros testes, como o do olhinho, que investiga se existe algum problema entre o cristalino, a córnea e a retina, estruturas essenciais para a visão. Há ainda o chamado teste da orelhinha, que, como o nome entrega, avalia a capacidade auditiva do recém-nascido.
Até o sangue do bebê é analisado: o tipo sanguíneo, o fator Rh e a compatibilidade do sangue dele com o da mãe. Já o teste do pezinho, realizado também na maternidade, rastreia a presença de algumas doenças congênitas, como anemia ou problemas nos sistemas respiratório e digestivo. O resultado desse checkup não sai na hora e geralmente é enviado pelos hospitais via correio alguns dias depois.
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No berçário, longe dos olhos da família, a criança toma banho, tem o coto umbilical higienizado, é medida e pesada novamente. E, antes de receber alta, o recém-nascido pode ser vacinado contra a tuberculose e o vírus da hepatite B. A imunização só será feita se os pais estiverem de acordo.
Em casa
Após a alta da maternidade, muitos pais de primeira viagem se sentem inseguros com o bebê em casa. Um conselho básico: muita calma nessa hora. A prática vem com o tempo, e, com ela, a confiança. Enquanto isso, vale seguir algumas orientações, como as listadas abaixo:
Ele mama, suja a fralda, que deve ser trocada, e dorme. E precisa de um banho por dia.
O bebê deve dormir de barriga para cima. Nunca de bruços nem deitado sobre travesseiros. Também não se deve utilizar apoios para mantê-lo de lado.
Para saber se ele está com frio, basta sentir a temperatura de sua barriga. Extremidades como pés e mãos em geral ficam frios, por isso não são um bom termômetro.
Bebês também não devem passar de colo em colo. A pele é o sentido mais apurado do recém-nascido. Ele sente as vibrações de cada um que o toca. Se muita gente o pega, ele acaba excitado ou mesmo muito irritado.
A criança se expressa por meio do choro. Quando é forte, alto e estridente, indica fome ou sono. Daí, é só saciá-la, dando de mamar ou colocando-a para dormir. Um choro fraco pode ser sinal de manha ou de tédio - basta um colo para que o pequeno se acalme.
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Aula 17 - A troca de fraldas
Assim que o bebê chega em casa, boa parte das mães (e dos pais) de primeira viagem se atrapalha com aquela que, à primeira vista, parece ser uma das atividades das mais corriqueiras: a troca da fralda. Trata-se de uma questão de tempo - e de prática. Com a repetição da tarefa várias vezes ao dia, logo, logo não haverá nenhum mistério para realizá-la na maior tranquilidade. A higienização do pequeno, no entanto, deve ser feita com atenção redobrada. Esse zelo previne problemas como infecção urinária, principalmente nas meninas.
Como trocar a fralda
1. Antes de começar, é importante ter todos os itens à mão. São eles: algodão, água morna, uma fralda descartável nova, uma fralda de pano e uma pomada para prevenir assaduras. Esse último acessório só deve ser utilizado se o pediatra recomendar.
2. O primeiro passo é deitar o bebê no trocador ou em um lugar plano e macio. A criança nunca deve ser deixada sozinha. Em seguida, tire a parte de baixo da roupa e abra a fralda suja. Atenção: deve-se fixar o velcro das abas para que ele não grude na pele delicada do pequeno. Daí, levante suas pernas e puxe a fralda usada, que precisa ser enrolada e descartada. Se durante o procedimento o bebê fizer cocô, remova o excesso com a própria fralda e só então dobre e jogue fora.
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3. Para iniciar a limpeza, é necessário molhar um chumaço de algodão na água morna. Passe-o nos genitais, fazendo um movimento de cima para baixo. No caso das meninas, não se pode esquecer das dobrinhas ao lado da vagina e de abrir os grandes lábios para limpá-los internamente. Esse cuidado é bastante importante para evitar infecções, sobretudo a urinária.
4. Nos meninos, vale colocar um algodão umedecido ou uma fralda de pano sobre o pênis. Caso ele faça xixi, a urina irá escorrer para baixo, evitando que a mamãe ou o papai se molhem.
5. Para finalizar, é imprescindível limpar o bumbum, também sempre de cima para baixo, para que as fezes provenientes do ânus não se depositem nos genitais.
6. O último passo é secar a área com um algodão ou com uma fralda de pano macia, passar uma camada fina do creme contra assaduras nas dobrinhas e ao redor do ânus e, enfim, levantar as pernas do pequeno para colocar a fralda limpa.
7. O acessório deve ser fechado na altura da cintura, na marca indicada pelo fabricante. Para se certificar de que não está apertado demais, basta colocar o dedo e verificar se há uma pequena folga.
Último detalhe
Arrume os elásticos nas pernas para que não fiquem embolados ou virados para dentro, o que facilita vazamentos. Pronto: o bebê está limpo, cheiroso, com uma fralda nova e sequinha!
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Aula 18 - O banho do bebê
É muito comum sentir um pouco de insegurança ao dar os primeiros banhos no recém-nascido. Mas, com a preparação correta e seguindo as orientações de segurança, logo esse momento se torna um dos mais prazerosos, tanto para a criança quanto para você.
O ritual começa com a organização de tudo o que se vai usar. Separe roupas, toalha, algodão, cotonete e fralda. Em seguida, feche janelas e portas para evitar correntes de ar. Por fim, retire pulseiras, relógios e anéis. Só então encha a banheira com água morna.
O passo a passo do banho
1. Para testar se a temperatura está confortável, coloque o cotovelo dentro da água. E, ao iniciar o banho de fato, tome um cuidado importante: segure com firmeza o braço esquerdo do pequeno, pela axila. Assim dificilmente ele escorrega para dentro da banheira.
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2. Coloque o bebê no trocador e tire suas roupas. Se a fralda estiver suja de fezes, limpe o bumbum com algodão umedecido em água morna antes de colocá-lo na banheira.
3. Para pôr o recém-nascido na banheira, passe a sua mão esquerda pelas costas dele. Depois que o bebê estiver na água, posicione a sua mão esquerda no formato da letra “C” embaixo do braço esquerdo dele, sustentando a cabeça no seu antebraço. Com a mão direita, vá colocando o bumbum e as coxas da criança lentamente na banheira.
4. Lave primeiro - e apenas com água - o rosto, os olhos e a boca. Em seguida, ensaboe os cabelos com delicadeza. Nessa hora, limpe também atrás das orelhinhas para retirar eventuais crostas. Incline a cabeça dele para trás e enxágue os fios. Se cair um pouquinho de água dentro da orelha, não tem problema. O que não se pode fazer é jogar água direto nela.
5. O passo seguinte é lavar o corpo do bebê. Ensaboe o pescoço, as axilas, o peito, a barriga e os braços. Com seus dedos, abra as mãozinhas do pequeno, que estão sempre fechadas, e lave-as também. Então é a vez dos órgãos genitais, que você deve limpar fazendo movimentos de cima para baixo, pernas e pés. Não se esqueça do coto ou umbigo.
6. Com a mão direita, vire o bebê, deixando o peito dele apoiado no seu braço esquerdo - continue com a mão esquerda em formato de “C” segurando o bracinho da criança. Mantenha o rosto dele longe da água. Lave as costas e, por último, o bumbum, fazendo movimentos de baixo para cima. Essa posição é confortável e relaxa a criança. Você pode deixá-la assim por alguns minutinhos. Na hora de tirar o bebê da água, ele costuma chorar um pouco. Se isso acontecer, não se desespere. Continue a ação conversando com seu filho, tentando acalmá-lo.
Na hora de secar
Enxugue-o começando pelo rosto, depois o cabelo e por fim o corpinho. Coloque a fralda e a roupa e, a seguir, limpe as orelhinhas e as narinas, só por fora. Nunca introduza o cotonete no ouvido ou no nariz. Penteie o cabelinho e... Pronto: seu filho está limpo e cheiroso!
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Aula 19 - A amamentação
Nunca é demais repetir que os bebês alimentados exclusivamente com leite materno ficam com o sistema imune mais fortalecido. Ele é tão completo que os recém-nascidos não necessitam ingerir nenhum outro tipo de líquido, como água ou chá. É suficiente que eles mamem sob livre demanda, ou seja, quando quiserem e quanto desejarem.
As mães precisam fazer muito pouco para aumentar a produção do leite. A própria sucção do filho no peito estimula a renovação dos estoques lácteos. É muito importante também que elas descansem durante o dia, aproveitando o período de licença-maternidade para cultivar o hábito de dormir depois do almoço. Beber bastante água, comer bem e de maneira equilibrada, no mínimo três refeições saudáveis ao dia, são pontos fundamentais - lembrando de deixar de lado alimentos calóricos, como chocolate ou canjica. Essa última, além de não elevar a fabricação do leite, como se costuma apregoar, engorda.
Para quem está interessada em recuperar a silhueta que tinha antes de engravidar, a boa notícia é que amamentar ajuda a queimar calorias. Mas a perda de peso depende também, é claro, de disciplina e equilíbrio na dieta.
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Não é raro ouvir dicas sobre como preparar as mamas para elas não racharem durante a amamentação, mas não há necessidade disso. Durante a gravidez, as glândulas ao redor da aréola soltam um pouco de gordura, hidratando a região e deixando-a mais resistente.
Na hora de amamentar, a mãe deve estar sentada confortavelmente e ter nos braços um bebê calmo, porém acordado e alerta. Esses detalhes fazem a diferença na pega, que deve ser correta para não provocar trauma ou fissura, as famosas lesões mamilares que causam dor e estresse às mães.
Mito do leite fraco
Ele pode ter surgido em razão da aparência do primeiro leite que jorra do seio materno quando o bebê começa a mamar. Clarinho, lembrando água de coco, ele causa dúvidas a respeito de sua força quando comparado com o líquido que surge depois de alguns minutos de amamentação, que tem coloração branco-amarelada. Mas pode ter certeza: seu leite é forte e sustenta!
Cirurgias plásticas
A capacidade de produção das glândulas mamárias pode ser afetada tanto em razão de cirurgia redutora quanto por implantes de silicone. Nas cirurgias que retiram mais de 300 gramas de gordura, o seio pode não conseguir atender à demanda à medida que o bebê cresce. No caso dos implantes, dependendo da quantidade e do local onde ele for colocado, o estímulo fica diferente, alterando a renovação dos estoques de leite.
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Aula 20 - A amamentação de gêmeos
Embora não seja segredo a importância de amamentar o bebê exclusivamente com leite materno nos primeiros meses de vida, não é raro surgirem muitas dúvidas sobre esse cuidado. Os questionamentos se acentuam quando se trata de alimentar gêmeos. Levar os dois recém-nascidos ao peito na mesma hora, além de ser prático, promove um estímulo dobrado na produção do leite. Mas, para que isso seja possível, é preciso considerar as necessidades de cada criança, percebendo se elas têm fome nos mesmos horários. Caso isso não aconteça, o melhor é amamentar uma de cada vez.
Quando o ritmo dos bebês coincidir, existem técnicas que facilitam a prática de dar de mamar aos dois ao mesmo tempo. Um ponto importante a observar é que a mãe precisará de ajuda nessa hora. Sozinha, dificilmente ela conseguirá ajeitar as duas crianças no peito simultanetamente. Lembrando sempre também que a mulher que está amamentando precisa descansar durante o dia, se alimentar bem e beber muito líquido.
No momento de receber as crianças, a mãe deve estar sentada confortavelmente, usando uma almofada grande que a envolva na cintura e sirva de apoio aos pequenos. O ideal é colocar no seio primeiro o bebê que tem mais facilidade de pega. A sucção dele estimula a outra mama, que começará a gotejar leite, facilitando a busca do segundo. Cada um mamará o tempo que quiser. Para retirar o bebê do peito, coloque o dedo mínimo no canto da bochecha da criança para que ela desfaça a veda entre os lábios e a mama. O recém-nascido que terminar primeiro será colocado para arrotar, o que deve ser feito pela pessoa que está ajudando na tarefa.
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Posições para amamentar
1. Em uma das posições apropriadas para amamentar gêmeos, os recém-nascidos ficam dispostos de maneira invertida: um em cada peito e com o corpinho embaixo dos braços da mãe.
2. Outra maneira para que o aleitamento simultâneo seja feito com conforto é manter um dos bebês na posição tradicional e o outro, na invertida.
3. Numa terceira opção, os dois são colocados na posição tradicional, com as pernas se enroscando.
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Aula 21 - O pós-parto
O corpo feminino demora praticamente nove meses para concluir as mudanças que uma gestação exige. É normal nutrir expectativas de que essas alterações se desfaçam logo após o parto - o que deve acontecer, mas não tão rapidamente. Nessa fase, é comum que o padrão de sono se altere, assim como a digestão e o funcionamento do intestino, sem contar a insegurança em relação aos cuidados com o recém-nascido. Algumas atitudes simples podem ter impacto positivo no cotidiano da mãe, ajudando a diminuir o descompasso entre esse desejo de mudança e a vida real.
O primeiro passo é descansar bastante, aproveitando as sonecas do recém-nascido para também dormir. Alimentar-se bem e se hidratar, ingerindo muito líquido, ajuda o intestino a voltar ao ritmo normal. No quesito conforto, deve constar o uso de roupas que não apertam a região abdominal e, claro, do sutiã de amamentação. Embora pareçam orientações óbvias, elas são importantes para reforçar a necessidade de que a mamãe tenha toda a comodidade possível. Essas dicas, aliadas à compreensão da família de que no pós-parto a mulher precisa de repouso, costumam ter um excelente resultado.
Problemas eventuais
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O pós-parto, em geral, é um período em que a mulher raramente adoece. Mas o obstetra deve ser procurado se, após o parto, a mulher continuar tendo um sangramento volumoso, persistente e com cólicas; se as mamas ficarem vermelhas e doloridas; ou se aparecer febre. Também é importante observar se o corte da cesárea está seco e sem vermelhidão.
Autoestima e cuidados com o emocional
O pós-parto é um período em que muitas mulheres se olham no espelho e não se reconhecem. A barriga está flácida, as mamas cheias e às vezes doloridas, as pernas inchadas. Por isso, zelar pela autoestima é essencial. Como? Uma estratégia bem-sucedida é dar um trato no visual. Evite ficar de pijama ou camisola o dia todo, mantenha as unhas das mãos e dos pés em bom estado, penteie os cabelos e use os cremes habituais.
Adaptar-se ao novo cenário nem sempre é simples e não é incomum que algumas mães fiquem melancólicas. Os médicos acreditam que as alterações hormonais colaboram para que esse quadro de tristeza mal definida venha à tona. Chamado por eles de baby blues pós-parto, esse estado costuma ser resolvido logo que ocorre a adequação à rotina. Ajuda muito se a mulher tiver algum momento só para ela, conseguir dar uma saidinha, ver gente, ter alguém com quem trocar experiências. Assim, vai perceber que a insegurança que está sentindo é bastante comum nessa fase, mas que tudo será resolvido.
A retomada da vida sexual
Nos primeiros 30 dias depois do parto, os órgãos internos, como o útero, assim como os genitais femininos, estão retornando ao lugar e ao tamanho original. No caso das mulheres que fazem o parto cesariano, a região dos pontos ainda está sensível e dolorida por causa das várias camadas de tecido cortadas. Depois de um mês, e não havendo complicações, é possível retomar a vida sexual. Mas, para que isso seja feito sem receios desnecessários, o ideal é que o casal converse, exponha suas dúvidas e encontre o momento ideal.
Hemorroidas
Infelizmente, elas são mais comuns do que se imagina. Surgem quando os vasos sanguíneos se dilatam na região do ânus. Após o parto podem ficar salientes. Melhoram com uma alimentação equilibrada e principalmente com a ingestão de muita fibra, que ajuda o intestino a funcionar normalmente.
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